Guggenheim Street Art
Conforme prometido antes de começar as mini-obras na cozinha volto ao ataque aqui no Curtindo Circuitos com a descrição do meu último dia de férias em julho.
Construído há cerca de 20 e poucos anos e inaugurado em 1997, o museu Guggenheim de Bilbao, a obra prima de Frank Gehry, continua a impressionar pela imponência, sobriedade e modernismo. Estava na minha lista de desejos há anos, mas acabávamos por nunca ir por ser relativamente perto de Portugal. Este ano, como optámos por umas férias mais enérgicas no País Basco (por oposição ao vegetar habitual debaixo do sol como lagartos), pude realizar finalmente o meu sonho e não fiquei desiludida.
O edifício em si é, na minha opinião, esteticamente perfeito ao combinar a rudeza do metal com um movimento gracioso. E todo o percurso que fiz desde o hotel Occidental Bilbao até ao museu foi um crescendo de emoção. Bilbao não é uma cidade linda de morrer, mas como é atravessada pelo rio Nervión, ganha logo aquele ar romântico de descontração e férias, o que é agradável.
10 minutos antes de chegarmos ao nosso destino, atravessámos a Ponte Branca de Calatrava e comecei logo a gostar. Andando mais um pouco avistámos a “Maman” de Louise Bourgeois, que já tínhamos visto em exposição em frente de um centro comercial perto do edifício Rappongi Hills em Tóquio (se calhar era uma réplica, mas acho que era um empréstimo). Logo a seguir, a escultura “TallTree and the Eye” de Anish Kapoor foi sem dúvida uma das minhas preferidas. O aço inoxidável tem de facto um efeito relaxante em mim… Na minha foto não dá para ver, mas as bolas são espelhadas e refletem o museu. É mesmo lindo.
Contornámos o edifício até ao “Puppy” de Jeff Koons e entrámos pela porta principal. O “Puppy” é um cão giro, mas gostei mais das “Tulips” do mesmo autor. Talvez goste mais de metal do que de flores naturais. O que sei é que gostei tanto do interior do museu como da envolvente.
Lá dentro, subimos logo ao terceiro piso onde se encontra a exposição permanente. Foi uma boa estratégia porque como começámos a visita logo quando o museu abriu, praticamente não parámos em filas porque estávamos ao contrário do resto das pessoas que começavam logo no rés do chão. Das obras mestras destaco “Dieberühmten Orden der Nacht” de Anselm Kiefer, que depois fui ler que é um pintor alemão nascido em 1945 cujas obras exploram o tema da propaganda nazi. Numa segunda fase da vida artística assume uma veia mais espiritual. Este quadro representa o autor debaixo de uma noite estrelada a contemplar o céu.
A exposição temporária de 2021 era sobre as maluquices dos anos 20 do século passado, uma altura em que a experimentação assumiu proporções que me transcendem, mas vi coisas interessantes.
O que gostei mais no rés do chão foi “The Matter of Time” de Richard Serra. Andar lá por dentro fez me lembrar de um vídeo que gravei com as minhas filhas pequeninas a correr pelo Memorial aos Judeus em Berlim. A arte é para ser vivida.
Também gostei da loja (LOL) onde comprei, entre outras bugigangas, uma garrafa térmica super gira para o meu amor mais velho, que por causa dos exames nacionais não pôde viajar connosco em julho.
E pronto. Depois almoçámos uma pizza e viemos para Lisboa. Gostei muito desta manhã. Agora espero um dia poder visitar o Guggenheim NYC.
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