Clube de leitura
In ewiger Freundschaft, Nele Neuhaus – o décimo caso de Pia Sander e Oliver von Bodenstein
Pensei
ter visto há uns anos atrás uma entrevista com a Nele Neuhaus em que ela dizia
que não sabia ainda se iria dar continuação à saga dos dois inspetores
criminais porque as personagens evoluem e a vida torna-se monótona a uma certa
altura. Lembro-me de ter ficado bastante dececionada por pensar que nunca mais
ia saber notícias destes meus dois amigos. Isto numa altura em que a Pia se
apaixonou e o Oliver se divorciou e estava à beira de um esgotamento, tudo
parecia indicar que as aventuras dos dois iriam mesmo ficar por ali. Mas agora
já não sei se foi esta a direção que tomou a entrevista ou se com o passar do
tempo eu simplesmente criei uma realidade alternativa na minha cabeça para
justificar o tempo em que não li nada da Nele. Seja como for, ainda bem que
estava errada: o décimo caso saiu em novembro de 2021 e não desiludiu. Claro
que num romance policial há sempre o polícia bom e o assassino mau que é
apanhado no fim da história e em termos de estrutura não se pode dizer que este
último livro tenha algo de novo, apesar do enredo deste caso ter sido dos bons.
Mas o que gosto mais na série é de acompanhar a vida dos detetives. Desde 2009
já entraram novos colegas para o departamento, um foi despedido por
negligência, os personagens já passaram por tantas mudanças, desde novas
paixões, casamentos e consequentes divórcios, mudanças de país e de orientação
sexual. Sei lá, é como assistir a uma telenovela. Confesso que sou viciada em
policiais de série.
Agora,
o ex-marido da Pia, que é também chefe no Instituto de Medicina Legal e
normalmente é quem faz (ou supervisiona) as autópsias, virou escritor de
sucesso. E adivinhem quais os títulos dos seus dois primeiros livros: “Eine
unbeliebte Frau” e “Mordsfreunde”! que são precisamente os títulos dos dois
primeiros livros da coleção. Tem piada! Enfim, só lendo. Recomendo a quem saiba
alemão e a quem, como eu, não consiga evitar criar proximidade com personagens
fictícias. Afinal, este é um dos prazeres da ficção.
Normal People, Sally Rooney
Ai
que depressivo! A linguagem é coloquial, mas pesada, e as relações nada
saudáveis. Consegue mostrar como a realidade de uma pessoa pode ser tão
diferente da realidade da outra mesmo ali ao lado e como a aparência de normalidade
pode esconder distúrbios psíquicos graves. Quem viu a série na TV sabe que eu
gostei deste livro. Só li o livro porque gostei da série e são iguaizinhos!
Nils Trojan & Max Bentow
E
depois, durante a minha baixa (dois meses sem sair da cama) descobri um novo autor
de policiais de série que me ajudou muito a passar o tempo. Desta vez, o
personagem principal é o Nils Trojan, um investigador da polícia com ataques de
pânico, à beira de um esgotamento, e com uma vida amorosa bastante conturbada.
As mulheres acham-no giro, num fundo é um galã anti-herói, muito na onda do
Bernhard Gunther do Philip Kerr. Pelo menos foi o que me fez lembrar.
Enquanto
estive no hospital li os primeiros nove livros do Max Bentow (por ordem porque
o caos não é coisa para mim): Der
Federmann (2011); Die Puppenmacherin
(2012); Die Totentänzerin (2013); Das Hexenmädchen (2014), Das Dornenkind (2015); Der Traummacher (2016); e Das Porzelanmädchen (2017), o qual já
acabei em casa. Em seguida veio o Der Schmetterlingsjunge
(2018) e depois fiz uma pausa para descansar das leituras.
Parece
que o Sr. Bentow todos os anos lança um livro. Isso é muito bom porque me irrita
ter de esperar pela continuação das séries e também demonstra uma enorme
capacidade de trabalho e imaginação por parte do autor. No entanto, o livro Das
Porzelanmädchen de 2017 foi uma pequena desilusão porque pensei que fizesse
parte da série, só que não. Apesar de haver um crime, este não é investigado
pelo comissário galã. Provavelmente o autor quer escrever coisas diferentes de
vez em quando, só que podia ter avisado, né? Aliás, a culpa nem é dele, é da
amazon que põe tudo dentro do mesmo saco. Parece que o livro de 2018 também não
inclui o Nils. Vou começar a ler em breve. Para a próxima digo o que achei.
That’s
all folks!
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