O que fazer aos sábados de manhã? Um Brunch cultural na Casa do Alentejo

Um brunch com as amigas é super chique, não é? Neste caso foi só com uma amiga porque em agosto toda a gente tem planos e, como já disse aqui várias vezes, detesto o Algarve na época balnear seja em que zona for. (Esta última frase ficou um bocado desconexa, mas no meu pensamento faz todo o sentido. Sim, passei o verão em Lisboa e não me arrependo.)

Poderia agora divagar sobre taxa de ocupação hoteleira no Algarve em agosto só ter chegado a 76%, muito à custa do turismo interno. Poderia dizer que talvez a culpa não seja só da pandemia, que o turismo algarvio só se lembra do Português em tempos de crise, que está tudo mal e vamos todos morrer... Mas não. Hoje falo sobre a visita à Casa do Alentejo que fiz em agosto.

Tudo começou com um anúncio da Storic no Instagram. A Storic é uma empresa de mediação cultural que organiza visitas guiadas focadas na cultura portuguesa. A nossa, o Brunch na Casa do Alentejo, foi guiada pelo Mário, filho de alentejanos, licenciado em História e ligado à casa há vários anos.


Explicou-nos que a Casa do Alentejo foi originalmente contruída no sec. XVII como residência dos Viscondes de Alverca, cujos descendentes fazem parte atualmente da família Paes do Amaral. No início do séc. XX, a residência foi vendida e transformada no primeiro casino de Lisboa. Entretanto, toda aquela zona da baixa começou a ser “mal frequentada” e durante o Estado Novo o casino foi fechado e passou a servir de centro social para alentejanos. Entre vários tipos de ajuda estava a oferta de bilhetes de comboio a pessoas que tinha vindo para Lisboa em busca de emprego, mas que, por falta de trabalho, queriam regressar e não tinham possibilidades. Também eram servidas algumas refeições, o que (digo eu) poderá estar na origem do restaurante.

As salas podem ser alugadas a preços bastante acessíveis para vários tipos de eventos. Toda a casa tem um aspeto bastante datado, o que é normal porque a maior parte mantém a azulejaria original, o que, dependendo do evento, até pode ser que seja um ponto forte. Por exemplo, a sala Paris – que não tem azulejos – parece um autêntico salão de baile do antigamente. Se eu tivesse de alugar algum espaço lá, acho que iria optar pela sala da taberna, a que tem a gaiola pombalina original, mas está remodelada. Gostos não se discutem.



E depois da visita fomos para o brunch servido no átrio da taberna. Foi uma visita bem agradável, a juntar ao facto de ter podido pôr a conversa em dia com a minha amiga que já não via desde 2020. E os ovos mexidos com farinheira estavam um espetáculo. Recomendo muito o brunch e fiquei cheia de vontade de ir lá jantar um dia destes no restaurante principal. O menu alentejano faz crescer água na boca e os preços são mesmo convidativos.

Morada da Casa do Alentejo:

R. das Portas de Santo Antão 58, 1150-268 Lisboa

 

Brunch: 15€ por pessoa;

Visitas de uma hora aos sábados de manhã. O tempo para o Brunch é ilimitado.

Reservas: geral@storic.pt 




Comentários

Mensagens populares